sábado, 9 de junho de 2012

O jeito é lidar com a crise

Presidente Mauro da Silva revela detalhes das finanças do clube nesta temporada.

 

No Inter-SM, o futebol ocupa o segundo posto nos planos da diretoria. O presidente Mauro da Silva não esconde que, quanto à Divisão de Acesso, a intenção é encerrar a participação nesta segunda fase com dignidade – o time é lanterna do Grupo 4, com um ponto. O foco é, mesmo, a parte financeira. Em um primeiro momento, a missão é quitar os salários de jogadores e funcionários, que completaram o terceiro mês sem receber em dia. Depois, é dar conta das dívidas, avaliadas em R$ 1.792.300,14 no contrato com o Grupo MR, de Taquara, parceiro do clube.

A falta de recursos é o que mais preocupa Mauro da Silva. O presidente do Inter-SM revela que o clube conta, atualmente, com patrocínios locais e ajuda financeira de conselheiros para se sustentar. Do empresário Marcos Rodrigues, dono do Grupo MR, que, conforme a diretoria, comprometeu-se em repassar R$ 50 mil mensais para o futebol, não vem nada desde março.

– Entraram R$ 75 mil no caixa em maio. Só coisa de Santa Maria. Nada do Marcos. Se entrassem os R$ 50 mil, não ficaríamos devendo nada. A despesa do clube é violenta – reclama o presidente.

Na quarta-feira, Mauro recebeu a reportagem do Diário e revelou detalhes sobre a parceria com o Grupo MR e sobre as contas do Inter-SM em 2012 (confira mais no texto ao lado). Em relação ao contrato de 10 anos com a empresa de Taquara, Mauro não descarta a rescisão, que renderia ao clube, em caso de vitória judicial, R$ 500 mil vindos do Grupo MR e R$ 100 mil da Pop Mídia, do ex-deputado João Luiz Vargas.

No contrato – Como poderia levar alguns anos até que a rescisão fosse oficializada, Mauro acredita que a melhor alternativa no momento é obrigar Marcos Rodrigues a cumprir com suas obrigações. Mesmo que não haja nenhum valor estipulado, o entendimento é de que o acordo é bom para o Inter-SM, pelo menos no papel. O empresário assumiu contratualmente a dívida do clube e se comprometeu a investir no futebol profissional, na formação de atletas e na busca de patrocínios. A parte do clube, de ceder sua marca e a estrutura da Baixada para a exploração do Grupo MR e contribuir com o pagamento de despesas, estaria sendo feita.

– Vou encerrar meu mandato (em agosto) com a consciência tranquila de que fizemos o melhor que poderíamos. Nossa maior decepção foi a MR. Não pelos R$ 50 mil que não vieram, mas porque a responsabilidade dele (Marcos Rodrigues) é maior ainda – afirma Mauro, que considera ter um grupo de trabalho pequeno e cobra mais envolvimento de dirigentes.

Até a próxima terça-feira, Mauro pretende se reunir com Marcos Rodrigues em Porto Alegre. Caso o parceiro não volte a investir até o fim do mês, o presidente diz que pedirá a rescisão. Sem o dinheiro vindo de Taquara, a solução a curto prazo seria um patrocinador em nível nacional, que assinaria por dois anos. Definições podem acontecer nos próximos dias. Negociações de atletas formados no clube também estão em estudo. Essas podem ser as últimas cartadas da atual administração.
 
Fonte: Diário de Santa Maria

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