quarta-feira, 11 de abril de 2012

Paralisação quase se confirmou

Jogadores ameaçaram parar de treinar, mas chegaram a um acordo. O atacante Magno deixou o clube ontem.

 

A dificuldade financeira do Inter-SM ainda não havia afetado o futebol. Isso até ontem. Na Divisão de Acesso do Campeonato Gaúcho, o time ocupa a quarta colocação no Grupo 1, com 17 pontos, apesar de a folha salarial referente a março e parte da de fevereiro estarem em aberto. No vestiário, a situação já respingou. Após o trabalho físico de ontem pela manhã, os jogadores decidiram se afastar dos treinamentos por tempo indeterminado, até que os salários sejam colocados em dia. A diretoria e a comissão técnica tiveram de intervir para reverter o quadro.

A medida do elenco desagradou a dirigentes e ao técnico Sérgio Savian, que esperava encaminhar no treino da tarde o time que enfrenta o Guarani-VA, às 19h30min de amanhã, em Venâncio Aires. Em reunião no gramado, à tarde, Savian deu um ultimato ao elenco. Os ânimos se acalmaram, e os atletas mudaram de ideia. Ontem, não houve treino à tarde, mas o de hoje pela manhã está confirmado.

– Ficou definido pelo grupo que ninguém mais para. Se tem um problema, vem na diretoria e resolve individualmente. Se não for atendido, vai embora – explica Sérgio Savian.

Ao presidente Mauro da Silva, coube acertar a saída do atacante Magno, artilheiro do time na Divisão de Acesso, com quatro gols. O mandatário alvirrubro alegou desgaste do atleta dentro do clube e possíveis atos de indisciplina. Magno ainda teria uma proposta de trabalho com a família e optaria por largar o futebol. No entanto, ele preferiu não se manifestar. A rescisão de contrato deve ser assinada no fim do mês.

– Ninguém vai ficar refém de ninguém. Essa é a ideia. Jogador, tem bastante querendo vir para cá. Até porque a maioria recebeu fevereiro. Existem seis jogadores que ainda não receberam o total. Mas o presidente vai quitar esta semana. Então, na verdade, estão com atraso de 10 dias (relativos a março) – avisa Savian, que destaca o esforço do presidente Mauro da Silva e considera a decisão do elenco desproporcional.

O enrosco – As finanças do Inter-SM começaram a apertar com o bloqueio, em função de ações trabalhistas, de R$ 30 mil de um patrocínio do Banrisul, que viriam em março por meio da Federação Gaúcha de Futebol (FGF). Uma parte do valor serviu para pagar o ex-gerente de futebol, Francisco Neto, o Chiquinho, que trabalhou no clube na campanha que resultou no rebaixamento do time no Gauchão 2011.

No planejamento do clube alvirrubro, os R$ 30 mil pagariam a parte que acabou faltando dos salários de fevereiro – o clube ainda correu atrás para cobrir cerca de R$ 25 mil. A falta de apoio financeiro do empresário Marcos Rodrigues, parceiro do clube, também complicou a situação. Ele não estaria injetando os R$ 50 mil mensais prometidos para ajudar a bancar o time, o que acabou interferindo no planejamento da diretoria.
 
Fonte: Diário de Santa Maria

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