terça-feira, 2 de agosto de 2011

Parceria ‘apaga incêndios’

Para presidente Mauro da Silva, se não fosse pelo Grupo MR, clube fecharia as portas.

Se o Internacional de Santa Maria fosse um paciente em um hospital, ele estaria na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). As finanças do clube octogenário vão de mal a pior. O presidente do clube, Mauro Cesar Martins da Silva, faz questão de dizer que a parceria com o Grupo MR, de Taquara, cujo contrato completou dois meses na última quinta-feira, é a luz no fim de túnel. Mauro acrescenta que os mais de R$ 35 mil que o empresário Marcos Rodrigues já investiu no Inter-SM foram apenas "para apagar incêndios" e para elaborar projetos de captação de recursos por meio de patrocínios.

- Ele (Rodrigues) fez contato com mais de cem empresas de Taquara para cá por telefone e agora está visitando pessoalmente uma a uma. Mas está difícil conseguir patrocínio. A marca (Inter-SM) e a época (fora de temporada de futebol) estão manchadas - opina Mauro.

Na visão do presidente, se uma avaliação de ruim a ótimo pudesse ser feita sobre a parceria com empresa de Taquara, ela estaria entre boa e regular. O primeiro mês, no entanto, foi difícil. Silva explica que por não conhecer como Rodrigues trabalhava, alguns ruídos de comunicação ocorreram.

- Gente de fora fica criando boato. Há muita pressão externa para que tudo dê certo, mas poucos ajudam para isso. Não conhecia direito ele (Rodrigues), e até pegar o fio da meada é difícil. Nós precisávamos de um choque de gestão. Não há uma cláusula (no contrato) que crie motivo de tensão - avalia o presidente.

Igual a qualquer clube, em todo final de mês há contas a pagar no Inter-SM. E não são poucas. Deixando de lado as mais de 40 ações trabalhistas contra o colorado que tramitam na Justiça, ainda há uma dívida histórica de cerca de R$ 2 milhões (leia quadro) e um gasto mensal de pelo menos R$ 15 mil. São funcionários, credores, contas de água, luz e telefone, essas três últimas pagas sempre com dois meses de atraso para que os serviços não sejam suspensos, que a cada 30 dias têm de ser pagos. Há vários formas de entrar dinheiro nos cofres colorados, porém, assim que a verba chega ao clube, ela evapora.

- Se tem R$ 200, se tem R$ 1 mil, não importa. Sempre temos para quem pagar - afirma Silva.

Alento: Um dos meios que o dinheiro chega até a Baixada é com os conselheiros. São 60 que investem mais de R$ 70 mil anuais. No entanto, a maioria paga à vista, ainda em janeiro, os R$ 1,2 mil que seriam pagos individualmente em um ano.

Só que o investimento de Rodrigues trouxe ao clube um alento em termos de futuro, e a certeza de que o futebol profissional não cessará na Baixada, pelo menos nos próximos 10 anos, que é a validade do contrato, há uma multa rescisória estipulada em R$ 500 mil para a parte que quiser romper o compromisso. Levando à risca os versos do hino, onde duas estrofes dizem "contigo sempre estaremos / brilharas e serás o melhor", o presidente espera que assim seja.


Fonte: Diário de Santa Maria

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