terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O mal do segundo tempo

O que já havia sido verificado na partida contra o Grêmio, na estreia no Gauchão, voltou a se repetir domingo, em Caxias do Sul. Depois de um bom primeiro tempo, o Inter-SM caiu de produção e permitiu o crescimento do adversário. Contra o Caxias, em um intervalo de 25 minutos, o empate suado do primeiro tempo virou goleada de 4 a 1, que acabou sendo amenizada por um gol no finalzinho da partida. Que o time tem voltado do intervalo jogando menos, já está claro. Resta agora saber o motivo.

– Estamos deixando de jogar no segundo tempo. Contra o Caxias, o Abel nos pediu para marcar os volantes deles que estavam atuando com liberdade. Mas nós não conseguimos fazer isso. Deu aquele apagão – analisa o centroavante Alê Menezes.

A dificuldade de marcação aos volantes do Caxias, Marielson e Léo Mineiro, foi um dos motivos apontados para a derrota de 4 a 2. Contra o Grêmio, ocorreu algo parecido: quando os jogadores de defesa passaram a atuar mais livres, o tricolor chegou com força ao ataque. Segundo o técnico Abel Ribeiro, nos momentos em que o Inter-SM afrouxou um pouco a marcação, acabou sofrendo os gols:

– Quando estamos enfrentando equipes qualificadas, como Grêmio e Caxias, precisamos jogar no limite sempre, encurtando o espaço e dificultando a saída de bola deles. Quando nos descuidamos na marcação, a qualidade deles aparece.

Físico ou emocional? – Quando uma equipe joga menos no segundo tempo do que no primeiro, a primeira justificativa que vem à tona é o condicionamento físico. Os jogadores sentem o cansaço, correm menos e, com isso, o adversário passa a dominar a partida. A tese faz sentido, mas os atletas do Inter-SM garantem que não é esse o problema. Segundo eles, não está “faltando perna”, como se costuma dizer na linguagem do futebol.

– Em termos de preparação física, o nosso grupo está muito bem. Claro que, contra o Caxias, nós sentimos um pouco mais, até porque se desgasta mais correndo atrás do adversário como nós fizemos nesse último jogo – explica o volante Márcio Souza.

De acordo com o preparador físico, Márcio Vitória, mesmo o grupo não estando ainda 100% fisicamente, isso não está afetando o rendimento técnico e tático da equipe.

– Não é por aí. Quem justifica a queda de rendimento pela questão do preparo físico está fazendo uma análise equivocada da situação – garante Márcio Vitória.

Se a questão não é física, o provável é que ela seja emocional, pois o Inter-SM sente demais os gols sofridos. Contra o Grêmio, cedeu o empate a quatro minutos do segundo tempo. Contra o Caxias, o que desestabilizou os colorados foi o segundo gol, em pênalti duvidoso: Darzone cortou o cruzamento com o peito, mas o árbitro Jean Pierre marcou a infração.

– A partir do momento do pênalti, o time perdeu a concentração. E, em decorrência disso, acabou perdendo o foco na marcação – diz Abel Ribeiro.

O próximo compromisso do Inter-SM no Gauchão será na quinta-feira, contra o Sapucaiense, em Sapucaia do Sul, Novo Hamburgo ou Porto Alegre.

ramiro.guimaraes@diariosm.com.br
DIÁRIO DE SANTA MARIA 27/01/09

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