sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O Campo pode ficar na penumbra

Justiça autoriza retirada de torre para pagar ação trabalhista.

 

A história parece um belo roteiro de novela. No entanto, ela ganha contornos de drama se a situação atual do Inter-SM for considerada a personagem principal desse enredo.

Com momento extra-campo difícil, em função de não haver candidatos para a eleição à presidência do clube, o Inter-SM pode ver as coisas ficarem piores no Estádio Presidente Vargas. Tudo porque uma decisão da Justiça do Trabalho autorizou um ex-funcionário a retirar uma das quatro torres de iluminação do estádio como pagamento de direitos trabalhistas.

De acordo com o advogado Sérgio Carvalho, a ação movida em favor do seu cliente, Celso Carvalho, ex-supervisor de futebol do Inter-SM nas gestões dos ex-presidentes Carlos Rempel, e de Marineu Ziani, falecido em 2010, exigia o pagamento dos salários de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2009, além de 13º salário, férias e outros encargos trabalhistas. O Inter-SM também não teria feito depósitos referentes ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

O processo começou em março de 2010 e as audiências aconteceram à revelia, ou seja, sem o comparecimento de um representante do clube, por descuido do próprio Inter-SM. Sem ter como receber quase R$ 35 mil em dinheiro (valor que inclui correção monetária do período), Celso Carvalho conquistou nos tribunais o direito de retirar uma das torres de iluminação, com seis refletores, do Estádio Presidente Vargas, para ser utilizada como ele bem entender.

Ainda conforme o advogado que buscou os direitos do ex-funcionário, durante toda a disputa, o Inter-SM não se manifestou e nem teria aceito um acordo.

– O clube foi notificado quando teve a primeira ação, mas nunca compareceu alguém para representar. A retirada está autorizada pela Justiça. O clube teve prazo para pedir embargo, mas não pediu. Já estamos procurando um guincho para retirar a torre, apesar de ainda aguardarmos um contato da direção do clube – comentou o advogado Sérgio Carvalho.

Procurado pela reportagem do Diário, o ex-presidente Carlos Rempel afirmou que deixou a presidência do Inter-SM em agosto de 2009, e que até essa data, honrou todos os vencimentos com o ex-supervisor. Documentos na secretaria alvirrubra comprovariam os pagamentos.

Clube ainda não tem posicionamento sobre caso
 
O presidente em exercício do Inter-SM, Luiz Claudio Mello, afirma que tem conhecimento do assunto, mas disse que vai passar o caso ao departamento jurídico do Inter-SM.

– Se tiver que acontecer a retirada, vai acontecer. Será uma paulada a mais no trabalho que estamos fazendo para tentar reerguer o clube – considera o presidente, sobre a possível remoção da torre de luz do Estádio Presidente Vargas.

O atual procurador do Inter-SM, Valtezer Michels Hoelscher, alega que não teve qualquer informação oficial sobre a decisão da Justiça. Arno Winter, que era o responsável jurídico do clube na época, afirma que, em virtude da grande quantidade de processos que tratava, não lembra especificamente do caso.

Descaso, esquecimento ou falha de comunicação? Seja qual for a justificativa para a torre da discórdia, essa é mais uma história envolvendo ações trabalhistas na justiça, que termina com um novo final infeliz para o Inter-SM.
 
Fonte: Diário de Santa Maria

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